Mesa dos sonhos
Defendo-me da morte quando dou
Meu corpo ao seu desejo violento
E lhe devoro o corpo lentamente
Mesa dos sonhos no meu corpo vivem
Todas as formas e começam
Todas as vidas
Ao lado do homem vou crescendo
E defendo-me da morte povoando de novos sonhos a vida.
Alexandre O'Neill
Impossível deixar passar este dia sem deixar ficar um dos meus poemas preferidos de um dos meus poetas de eleição.
A escolha não foi fácil, Pessoa, José Régio, Eugénio de Andrade, Sophia de Mello Breyner, Carlos Drummond de Andrade, Florbela Espanca, todos referências que me ensinaram a gostar desta maneira tão especial de exprimir sentimentos e formas de estar. Contudo, este poema do O'Neill foi-me oferecido quando precisei de sonhos para povoar de novo a minha vida, por isso aqui fica neste dia Mundial da Poesia.