Aquele que partiu
Aquele que partiu
Precedendo os próprios passos como um jovem morto
Deixou-nos a esperança.
Ele não ficou para connosco
Destruir com amargas mãos seu próprio rosto
Intacta é a sua ausência
Como a estátua de um deus
Poupada pelos invasores de uma cidade em ruínas
Ele não ficou para assistir
À morte da verdade e à vitória do tempo
Que ao longe
Na mais longínqua praia
Onde só haja espuma sal e vento
Ele se perca tendo-se cumprido
Segundo a lei do seu próprio pensamento
E que ninguém repita o seu nome proibido.
OBRA POÉTICA
Sophia de Mello Breyner Andresen
1 Comments:
A grande Sophia...
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