Saudades de quem regressou
Lembro-me da casa se ter enchido de gargalhadas coloridas enquanto uma mesa posta com amor o esperava.
Também eu o aguardava, feliz por reencontrar aquele tio que morava nas minhas lembranças e cujas cartas obrigava a minha mãe a ler vezes sem conta, na esperança de abreviar o seu regresso.
Regressou homem feito, para os braços dos pais e dos irmãos que o tinham visto partir, menino num corpo de gente grande, assustado com as histórias que ouvia contar a quem tinha regressado.
Passada a emoção da chegada, nos seus olhos descobrimos um coração sem alma, despedaçado pelas imagens dos companheiros que viu morrer e pelos desconhecidos que foi obrigado a matar.
Voltou um estranho para uma família que o amava mas que não sabia como curar as feridas invisíveis que transportava na imensidão do olhar.
Morreu seis meses depois.
- Doença incurável. Disseram os médicos a uma família incrédula.
Hoje, sei que foi a tristeza que trouxe consigo que o fez desistir de viver.
Para mim, continua a ser o meu herói, o meu tio amado, companheiro de brincadeiras e cujo o sorriso doce de menino, continua a acompanhar-me no retrato que teimo em guardar, num lugar especial do meu coração.
Este post é dedicado ao meu tio, de quem continuo a sentir muitas saudades e que por estes dias comemoraria o seu 50ª aniversário.
Também eu o aguardava, feliz por reencontrar aquele tio que morava nas minhas lembranças e cujas cartas obrigava a minha mãe a ler vezes sem conta, na esperança de abreviar o seu regresso.
Regressou homem feito, para os braços dos pais e dos irmãos que o tinham visto partir, menino num corpo de gente grande, assustado com as histórias que ouvia contar a quem tinha regressado.
Passada a emoção da chegada, nos seus olhos descobrimos um coração sem alma, despedaçado pelas imagens dos companheiros que viu morrer e pelos desconhecidos que foi obrigado a matar.
Voltou um estranho para uma família que o amava mas que não sabia como curar as feridas invisíveis que transportava na imensidão do olhar.
Morreu seis meses depois.
- Doença incurável. Disseram os médicos a uma família incrédula.
Hoje, sei que foi a tristeza que trouxe consigo que o fez desistir de viver.
Para mim, continua a ser o meu herói, o meu tio amado, companheiro de brincadeiras e cujo o sorriso doce de menino, continua a acompanhar-me no retrato que teimo em guardar, num lugar especial do meu coração.
Este post é dedicado ao meu tio, de quem continuo a sentir muitas saudades e que por estes dias comemoraria o seu 50ª aniversário.
3 Comments:
Um testemunho sensível que não desmerece os outros textos exclentes que por aqui se podem ler.
Numb (www.tapornumporco.blogspot.com)
Pois é António,
Tenho por principio que todas as guerras são inúteis, principalmente quando nos tocam directamente. O meu tio tinha apenas 24 anos...
Numb,
Obrigado pelas visitas e pelos comentários positivos que vais deixando ficar.
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